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Desfile das Escolas de Samba do RJ: Confira o que rolou no 1º dia

Apresentações repletas de luxo e criatividade encantaram o público no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro. Imperatriz Leopoldinense, Unidos da Tijuca e Mangueira foram os destaques dos desfiles que ocorreram entre a noite de domingo (6) e a madrugada de segunda-feira (7).
Seis escolas se apresentaram na Marquês de Sapucaí entre a noite de domingo (6) e a madrugada de segunda (7), primeiro dia de desfile do Grupo Especial no Rio.
A primeira agremiação a levantar o sambódromo foi a Imperatriz, que usou o bom humor para falar da história da medicina. A Unidos da Tijuca encantou com seus carros cheios de efeitos e alas coreografadas. Última escola, a Mangueira exaltou sua própria história e voltou a impressionar o público com as paradinhas e a força de sua bateria.
Na opinião dos internautas, as melhores escolas deste primeiro dia de desfiles foram Imperatriz Leopoldinense (9,14), Mangueira (8,9) e São Clemente (8,68). A votação não incluiu as agremiações que sofreram com o incêndio na Cidade do Samba (Portela, Grande Rio e União da Ilha do Governador).No G1, os internautas deram notas de 5 a 10 em 6 quesitos: samba-enredo, bateria, comissão de frente, alegoria e adereço, fantasia e mestre-sala e porta-bandeira. A votação não tem relação com o julgamento oficial.

São Clemente

A escola fez um desfile descontraído e colorido na abertura da noite. Ela exaltou as belezas naturais do Rio de Janeiro no seu retorno ao Grupo Especial. A São Clemente apresentou o enredo 'O seu, o meu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por natureza'. Um dos destaques foi o samba, que tinha boa melodia e o apoio de versos de fácil memorização. Eles foram cantados no sambódromo: “Sou carioca e são clemente/Irreverente, minha paixão/Meu rio sua beleza inspira o mar azul/Canta zona sul!”.
 A comissão de frente da São Clemente mostrou a reunião dos principais santos de devoção no Rio em um conselho deliberativo para decidir a fundação e os caminhos da cidade. Os passistas da comissão de frente evoluíram ao lado de ciclistas. Durante a apresentação, um dos integrantes levou um tombo com a bicicleta, mas se recuperou logo em seguiida e seguiu no desfile. 

Imperatriz Leopoldinense

Medicina e carnaval: a parceria aparentemente improvável proposta pela Imperatriz Leopoldinense deu samba e coloriu a Sapucaí. Com o enredo "A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde", a verde e branco de Ramos fez um desfile bem elaborado tecnicamente. No lugar do luxo barroco dos últimos desfiles da escola, o carnavalesco Max Lopes apostou na explosão de cores, no humor e no belo acabamento das fantasias para tentar quebrar o jejum de 10 anos sem títulos.
Primitivos curandeiros, avanços da medicina e até as doenças modernas como a ‘gripe suína’ e o ‘mal da vaca louca’ foram tratados com capricho e descontração. Temas como gravidez, implantes e até bebês de proveta também foram lembrados pelas alas. Um princípio de incêndio no sistema de embreagem do abre-alas provocou um susto na concentração da escola, mas os bombeiros agiram rápido e controlaram o fogo, sem nenhum prejuízo. 

Portela

Uma das afetadas pelo incêndio que atingiu a Cidade do Samba, a Portela não deixou se abater e levou para a Marquês de Sapucaí um desfile com muito brilho e a empolgação de seus 4 mil componentes. A escola chegou a extrapolar o tempo, mas eles não serão levados em conta já que a escola não disputa título este ano.
A superação deu o tom do desfile sob o enredo “Rio, azul da cor do mar”, que tratou dos mitos sobre monstros e criaturas das profundezas do mar, além de homenagear os 100 anos do Porto do Rio, exaltado como a porta de entrada do país. Na avenida, não havia sinais das perdas que a escola teve no incêndio. 

Unidos da Tijuca

O carnavalesco Paulo Barros comandou um novo espetáculo. Quarta escola a desfilar, a escola repetiu a fórmula que rendeu o título de 2010: colocou na avenida efeitos especiais, alas coreografadas e pontuou o desfile com referências pop. A agremiação tratou do medo no cinema com o enredo "Esta noite levarei sua alma".
Truques de ilusionismo encantaram o público já na apresentação da comissão de frente. Integrantes fantasiados como se fossem mortos-vivos desenvolveram uma coreografia na qual simulavam ‘tirar’ a cabeça do pescoço e também deslocar o tronco da cintura.
Os passos combinados e movimentos de mãos foram uma marca da apresentação. Eles estiveram também no carro ‘Avatar’, que trouxe o pássaro gigante Toruk Makto acompanhado de desenhas de foliões que desenvolviam movimentos pré-combinados.
O carro ‘Transformers’ também fez sucesso na Sapucaí. Nele, homens se transformam em carros vermelhos. Outro destaque entre os efeitos foram as alegorias que simulavam o ataque de um tubarão e outro que lembrava o herói Indiana Jones.   

Vila Isabel

O inusitado enredo sobre a história do cabelo foi apresentado de forma criativa e bem-humorada pela Vila Isabel. A escola  levou para Sapucaí um festival de musas, entre elas a top Gisele Bündchen, que fez sua estreia no sambódromo e estava fantasiada de Vênus de Milo. Bárbara Borges, Quitéria Chagas e as ex-BBBs Lia Khey e Ariadna completaram a lista de celebridades.
Com o enredo “Mitos e história entrelaçados pelos fios de cabelo”, a escola veio com praticamente todos os seus cerca de 4 mil componentes vestindo perucas para retratar as modas, costumes e histórias de madeixas que fizeram a cabeça da humanidade. 

Magueira

A Estação Primeira de Mangueira realizou um carnaval empolgante com o enredo "O filho fiel, sempre Mangueira", em homenagem a Nelson Cavaquinho. Desde a concentração a escola fez uma apresentação emocionada: o cronômetro foi ligado enquanto o ator Milton Gonçalves ainda lia um poema em homenagem a Nelson Cavaquinho, o que fez a escola entrar na avenida após dois minutos.
Além de fantasias e carros bem acabados, o bom samba da escola foi cantado pelo público. As arquibancadas permaneceram cheias até o amanhecer, mesmo com pancadas de chuva leve que caíram no começo da apresentação.
Destaque da escola, a bateria repetiu diversas vezes uma paradinha que deu espaço para que os integrantes cantassem com entusiasmo o verso "Traço o meu passo no compasso/ Do surdo de primeira.../Sou Mangueira!".
O encerramento da escola pode ter ficado comprometido no quesito evolução. Ela apertou o passo para encerrar o desfile dentro do tempo máximo: uma hora e 21 minutos.

Por G1